Poesia vaga
Filosofia
Dama impassível,
impenetrável,
minha puta de
olhos abstratos.
Poesia
Puta de farta carne,
lasciva e fugidia,
que jamais penetro
senão por estupro.
Angústia
Velha rameira
desdentada,
que me morde
quando brocho.
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Inda caminha em minha espinha
o fortuito olhar de um cego,
o bom-dia de um surdo-mudo,
o gesto vivo de tantos mortos.
Nós, se nós somos, somos nós
do que o tempo em nós torceu,
e nestes nós de tantos nós
outros nós de nós retornarão.
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